quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Água: para especialista, a situação é grave e o futuro da Terra será decidido agora.
As cidades brasileiras já enfrentam as consequências das mudanças climáticas: aumento da temperatura, elevação nos níveis do mar, mudança no regime das chuvas, entre outras transformações pouco animadoras, segundo o ambientalista e economista Sérgio Besserman. “Não tem almoço grátis. A conta está na mesa”, diz ele, ao afirmar que a natureza vai cobrar ainda mais a fatura pelos últimos 300 anos de excessos da sociedade.
Em palestra na abertura do seminário O Valor da Água, do Fórum Agenda Bahia, Besserman afirmou que vivemos em um período decisivo, e que as medidas adotadas agora irão impactar na manutenção da vida e nos atuais modelos da economia.
“É como um daqueles períodos das nossas vidas em que temos que decidir: casar ou não com a mulher que se ama, estudar história ou engenharia, ter filhos... Vivemos esse momento”, explica.Para o especialista, que conduziu os debates na Rio+20 pela prefeitura do Rio de Janeiro e já representou o Brasil em conferências internacionais sobre o aquecimento global, os próximos 30 anos irão definir o tamanho do impacto das mudanças climáticas no planeta.

Custo

“Precisamos decidir sobre a extensão do custo decorrente de uma crise ambiental”, conclui, ao referir-se às mudanças em todos os setores da sociedade que serão modificados com o aquecimento global. No seminário sobre Sustentabilidade, realizado pelo jornal Correio e pela rádio CBN, com apoio da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Besserman afirmou que é preciso fazer planejamento e mudanças imediatas na gestão das cidades e, além disso, conscientizar a população sobre os riscos imediatos com aquecimento.

“É importante entender o que está acontecendo. A situação é grave, mas não é o fim do mundo. Infelizmente, isso envolve muito custo, o que provoca sofrimento, sobretudo para a população mais vulnerável, que são aqueles que têm menores recursos para se proteger. É preciso clareza do problema hoje e planejar para daqui a 10, 20, 30 anos à frente”, explica.


Segundo o ambientalista, o modelo usado até agora não dá mais: o processo de industrialização e a maior exploração dos recursos naturais resultaram nos altos níveis de poluição, nas desigualdades sociais, na miséria. A emissão de gases do efeito estufa nas diversas atividades, como agricultura, é uma das tantas moedas dessa balança pouco sustentável. Correio

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