Água: para especialista, a situação é grave e o futuro da Terra será decidido agora.
As
cidades brasileiras já enfrentam as consequências das mudanças
climáticas: aumento da temperatura, elevação nos níveis do mar, mudança
no regime das chuvas, entre outras transformações pouco animadoras,
segundo o ambientalista e economista Sérgio Besserman. “Não tem almoço
grátis. A conta está na mesa”, diz ele, ao afirmar que a natureza vai
cobrar ainda mais a fatura pelos últimos 300 anos de excessos da
sociedade.
Em palestra na abertura do seminário O Valor da Água, do Fórum Agenda
Bahia, Besserman afirmou que vivemos em um período decisivo, e que as
medidas adotadas agora irão impactar na manutenção da vida e nos atuais
modelos da economia.
“É como um daqueles períodos das nossas vidas em que temos que decidir:
casar ou não com a mulher que se ama, estudar história ou engenharia,
ter filhos... Vivemos esse momento”, explica.Para o especialista, que
conduziu os debates na Rio+20 pela prefeitura do Rio de Janeiro e já
representou o Brasil em conferências internacionais sobre o aquecimento
global, os próximos 30 anos irão definir o tamanho do impacto das
mudanças climáticas no planeta.
Custo
“Precisamos decidir sobre a extensão do custo decorrente de uma crise
ambiental”, conclui, ao referir-se às mudanças em todos os setores da
sociedade que serão modificados com o aquecimento global. No seminário
sobre Sustentabilidade, realizado pelo jornal Correio e pela rádio CBN,
com apoio da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb),
Besserman afirmou que é preciso fazer planejamento e mudanças imediatas
na gestão das cidades e, além disso, conscientizar a população sobre os
riscos imediatos com aquecimento.
“É importante entender o que está acontecendo. A situação é grave, mas
não é o fim do mundo. Infelizmente, isso envolve muito custo, o que
provoca sofrimento, sobretudo para a população mais vulnerável, que são
aqueles que têm menores recursos para se proteger. É preciso clareza do
problema hoje e planejar para daqui a 10, 20, 30 anos à frente”,
explica.
Segundo o ambientalista, o modelo usado até agora não dá mais: o
processo de industrialização e a maior exploração dos recursos naturais
resultaram nos altos níveis de poluição, nas desigualdades sociais, na
miséria. A emissão de gases do efeito estufa nas diversas atividades,
como agricultura, é uma das tantas moedas dessa balança pouco
sustentável. Correio
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