Apontado como autor de quase
100 crimes de homicídios em Alagoas e no Rio de Janeiro e com três fugas
do sistema prisional registradas, a Polícia Civil de Alagoas apresentou
nesta quinta-feira, dia 20, José Cícero Dionísio dos Santos, 30 anos. O
preso confessa diversos crimes e afirma ter perdido 'as contas' de
quantas pessoas assassinou.
Dionísio foi preso no início
da manhã de ontem (19) durante uma abordagem de rotina realizada por
militares do 6° Batalhão de Polícia Militar nas terras da Fazenda
Livramento, na cidade de Passo de Camaragibe. No momento da abordagem,
ele e outro acusado - identificado como Mateus Souza, 19 anos - estariam
com um menor sequestrado na cidade de Messias horas antes.
A prisão de Dionísio
aconteceu mais de um ano após ele fugir do Presídio Baldomero Cavalcanti
junto com outro detento. Na época, ele estava de posse da chave da cela
e fugiu na madrugada do dia 2 de setembro pulando o telhado do módulo e
escalando a muralha utilizando uma corda de lençóis conhecida como
‘teresa’.
Ele é apontado em cerca de
100 crimes e teria em depoimento confessado grande parte deles. O
acusado é apontado no assassinato da dona de casa Valderes Nascimento de
Sena, que foi esquartejada em outubro de 2010 na porta de casa, no
Conjunto Carminha, e ainda de Noberto Gama dos Santos, morto em abril de
2010, onde a vítima foi degolada e teve a cabeça enfiada em uma estaca.
Em entrevista ao Alagoas24Horas,
Dionísio afirmou que cometeu o primeiro crime de homicídio no ano de
2000. Ele alega que, mesmo sendo contratado para matar, nunca teria
assassinado uma pessoa inocente. “Se eu matei é porque ele [vítima] fez
alguma coisa”, relatou. Questionado sobre os crimes de repercussão no
Carminha que estão sendo atribuídos a ele, José Cícero Dionísio não
entrou em detalhes.
De poucas palavras, o acusado
disse acreditar em Deus e que estaria cansado da vida de assassino
profissional. “Ele [Deus] é o que me mantém em pé”, declarou. Quando
questionado sobre o que o motivava a cometer tantos crimes e se isso
faria se sentir superior às pessoas, se limitou a dizer “somos todos
iguais”.
Em depoimento à polícia,
Dionísio relatou diversos crimes e teria feito o reconhecimento de suas
vítimas através de fotografias. Em vídeo divulgado pela polícia, ele
afirma ter perdido as contas de quantas pessoas matou, mas alega que
pode reconhecer através de fotografias. “Ele disse em depoimento que
teria matado umas 60 pessoas apenas no Conjunto Carminha e que deixou um
morto em quase todas as esquinas do Carminha”, destacou o delegado
Carlos Reis, diretor de Polícia Metropolitana.
Ainda durante depoimento, ele
afirma que teria ido para a cidade do Rio de Janeiro, onde teria sido
contratado pelos traficantes ‘Pedro’ e ‘Chiquinho’, que dominavam o
tráfico no Morro do Chapadão. “Ele disse que foi contratado na hora
quando disse que sua profissão era matar. Lá, ele teria participado de
uma chacina com cerca de 100 vítimas durante um confronto com um grupo
rival que tentava tomar o ponto de tráfico”, ressaltou o delegado.
Dionísio ficará preso na Casa
de Custódia da Polícia Civil e posteriormente encaminhado para o
sistema prisional. A expectativa da polícia, com as confissões do
acusado, é de que vários crimes sejam esclarecidos nas regiões do
Benedito Bentes e nas cidade de Branquinha e União dos Palmares.
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