20
homens fortemente armados retiraram à força os ocupantes (MST) da
fazenda do Bispo Dom José Edson Santana Oliveira. Mulheres, crianças e
idosos foram covardemente espancados.
Cento
e onze famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST) foram retiradas, neste domingo (18), de uma fazenda localizada no
município de Antas, no norte baiano, a 346 quilômetros de Salvador. A
propriedade pertence a Dom José Edson Santana Oliveira, bispo diocesano
de Eunápolis. De acordo com o coordenador estadual do MST na região,
Luís Carlos Ferreira dos Santos, cerca de 20 homens fortemente armados
retiraram à força os ocupantes e queimaram os barracos de lonas
instalados no local. "Eles entraram no acampamento atirando para todos
os lados, espancando mulheres, crianças e idosos, puseram algumas
pessoas nos carros e levaram para um lugar deserto, espancando os mesmos
e depois soltaram para vir a pé", denunciou o dirigente, que também
prestou queixa na Delegacia de Polícia de Antas.
O
delegado Rodrigo Albuquerque ouve os camponeses desde a manhã desta
segunda-feira (19). Conforme apurou o Bahia Notícias, policiais também
foram enviados ao local para garantir a segurança dos envolvidos. Os
integrantes do MST consideram a propriedade improdutiva e querem a
inclusão da fazenda no processo de reforma agrária. Em contato com o BN,
o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) cobrou do Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Secretaria Estadual da
Segurança Pública (SSP) intervenção para evitar maiores conflitos na
região. "A luta pela terra é um direito de todo trabalhador rural,
assegurado na Constituição. O que não pode é este trabalhador ser
ameaçado e agredido como vem ocorrendo nessas ocasiões. É preciso que a
Justiça impeça esses abusos que vêm sendo cometidos", cobrou. Procurada
pela reportagem, a assessoria de Dom José Edson informou que o religioso
estava em atendimento e, por conta disso, não poderia se pronunciar
sobre o caso.
BN
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