O
Ministério Público Federal no Ceará (MPF) e a justiça da Bélgica
estão investigando supostas práticas de abusos sexuais cometidas por um
padre belga contra crianças de 9 a 12 anos no Ceará e no país europeu. A
instituição mantida pelo padre atendia crianças carentes apenas do sexo
masculino. Nesta sexta-feira (8) foram cumpridos três mandados de busca
e apreensão em endereços de propriedade do investigado, em Fortaleza e
em Caucaia.
O abeato já era
investigado na Bélgica pelos mesmos crimes cometidos na década de 1970,
que prescreveram. No Ceará, o suspeito não exerce a função de pároco,
mas praticou atividades filantrópicas entre 2003 e 2013, como doação de
alimentos na cidade de Caucaia, na Grande Fortaleza. Ainda não é
possível afirmar quantas crianças foram molestadas pelo sacerdote.
Em 2010,
durante investigação de crimes de pedofilia envolvendo padres na
Bélgica, o pároco que atualmente vive no Ceará foi citado por várias
testemunhas abusadas na década de 1970.
Doação de terrenos
Segundo
o Ministério Público, a operação realizada nesta sexta resultou na
apreensão de computadores e documentos relativos a doações de imóveis
para testemunhas do caso. O material será periciado pela Polícia Federal
para apurar evidências que possam comprovar a prática dos crimes. Após a
conclusão, o resultado da perícia será encaminhado ao tribunal belga.
A investigação
conjunta contra o padre foi viabilizada pela assinatura de um acordo de
cooperação internacional, feita em 2010. De acordo com o MPF, a
cooperação firmada entre agentes públicos do Brasil e da Bélgica
permitiu a troca rápida de informações sobre o caso e a realização da
investigação.
Investigação conjunta
Nos
dias 5 e 6 de novembro, representantes do tribunal belga estiveram em
Fortaleza para acompanhar, na Procuradoria da República no Ceará,
depoimentos de testemunhas do caso que motivou o acordo de cooperação.
As audiências,
realizadas pelo MPF, tiveram a participação da procuradora Federal em
Bruxelas Lieve Pellens, do juiz de Instrução do Tribunal em primeira
instância de Bruxelas, Patrick Gaudius; do Comissário de Polícia Federal
Judiciária de Bruxelas Wernher Audenaert; do inspetor principal da
Polícia Federal Judiciária de Bruxelas, Peter Dewaele; e do policial
Kurt Boudry.
Para a
procuradora da República Livia Maria de Sousa, que atua no caso no
Ceará, a cooperação internacional é fundamental no combate à
criminalidade, na medida em que possibilita um rápido intercâmbio de
informações entre os Estados, investigações conjuntas e compartilhamento
de elementos de provas.
“O caráter
transnacional de diversos crimes e o trânsito ágil das pessoas além das
fronteiras de seus países, intensificado por diversos movimentos
migratórios, demandam eficiência da investigação, através do
fortalecimento dos mecanismos de cooperação internacional”, avalia a
procuradora. No Brasil, os fatos também estão sendo investigados por
promotores de Justiça na comarca de Caucaia.
Por: Portaldenoticias.net/Com informações do G1
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