quarta-feira, 30 de março de 2016

Araújo acusa Cunha de ‘golpe’ ao aprovar projeto para se beneficiar: 'sorrateiro'

Araújo acusa Cunha de ‘golpe’ ao aprovar projeto para se beneficiar: 'sorrateiro'
Foto: Luis Macedo / Agência Câmara
O presidente do Conselho de Ética na Câmara, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), se disse surpreso com o projeto aprovado “na calada da noite” pela Mesa Diretora da Casa que pode beneficiar o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) (entenda aqui). Durante sessão do grupo nesta quarta-feira (30), Araújo explicou que o acusado apresentou um projeto para os líderes, mas o texto que foi para o plenário foi alterado. “Na verdade, isso aqui era pano de fundo para a verdadeira finalidade desse projeto: liquidar o Conselho de Ética”, acusou o deputado. Assinado pelo próprio Cunha, o texto propõe que todas as comissões da Câmara, incluindo o Conselho de Ética, tenham a sua composição alterada para obedecer a proporcionalidade das bancadas partidárias, que mudou em razão da janela partidária. Se aprovado, pelo menos três deputados contra Eduardo teriam que deixar o Conselho: o próprio Araújo, Fausto Pinato (PP-SP) e o relator do caso de Cunha no conselho, Marcos Rogério (DEM-RO). Além disso, o PMDB ganharia uma vaga, enquanto o PT perderia uma. Em seu discurso de abertura, José Carlos afirmou que participou da reforma do regimento que definia que os eleitos para o grupo só poderia sair em caso de morte ou renúncia. “Eu me esqueci de acrescentar ‘ou golpe’. Porque o que está aqui foi um golpe. De uma forma deselegante e, mais uma vez, sorrateira”, criticou. “O jabuti passaria despercebido, não fosse alguns deputados que são zelosos pelo que vai da mesa para o plenário. Não que eu me apegue ao cargo, não é problema. Agora advogar em causa própria, tentar de forma rasteira prevalecer do cargo que ocupa para se proteger, isso realmente não é digno de um presidente desta Casa”, completou. Araújo disse ainda que se sentia “envergonhado” com o projeto e que essa conduta era péssima para a imagem do parlamento. “Eu não vou renunciar e pretendo não morrer. Pelo menos de forma natural. A não ser que, assim como querem antecipar o fim do meu mandato, alguém queira antecipar também a minha ida para o céu”, ironizou.
 por Rebeca Menezes
 
 Fonte: Bahia Notícias

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