A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (30), a
Operação Simão, que combate um esquema de oferecimento de vantagens a
eleitores que envolve candidato a vereador ligado a uma igreja
evangélica no município de Feira de Santana, a cerca de 100 km de
Salvador. São cumpridos nove mandados de condução coercitiva e oito de
busca e apreensão na cidade, com uma equipe de 40 policiais federais.
Segundo a polícia, as investigações iniciaram há cerca de um mês, a
partir de requisição do Ministério Público Eleitoral, que informou a
captação ilícita de votos por parte de um candidato a vereador vinculado
a uma igreja evangélica.
Conforme o pedido do MPE, o candidato e o grupo a ele vinculado
estariam cadastrando eleitores fiéis da igreja, com a promessa de
abençoá-los, e “amaldiçoavam” quem se recusava a fornecer dados do
título eleitoral.
Segundo a PF, durante as investigações constatou-se que, além da
promessa de bênção ou maldição, o esquema ainda incluía a distribuição
de gêneros alimentícios em comunidades carentes, a fim de convocar
eleitores.
A investigação ainda apontou um esquema de favorecimento na marcação
de exames e consultas médicas pelo Serviço Único de Saúde (SUS) àqueles
que prometiam seu voto ao candidato.
A polícia também identificou a prática de “venda de votos em lote”
por parte de uma liderança comunitária local, que envolve outro
candidato à Câmara Municipal.
Conforme a Polícia Federal, os investigados responderão pelos crimes
previstos nos artigos 299 e 334 do Código Eleitoral. O artigo 299
determina que é crime “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber,
para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem,
para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que
a oferta não seja aceita” e prevê pena de reclusão até quatro anos e
pagamento de multa.
O artigo 334 trata sobre a utilização de organização comercial de
vendas, distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para propaganda
ou aliciamento de eleitores, com pena de detenção de seis meses a um ano
e cassação do registro se o responsável for candidato.
O nome da operação, “Simão”, vem do codinome utilizado pelos
policiais para se referir ao principal investigado, uma referência ao
Apóstolo de Jesus Cristo. (Com informações do G1/BA)
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