Após
uma mobilização de senadores, especialmente da região nordeste, o Senado
correu com a tramitação e aprovou o projeto de lei que eleva a
vaquejada e o rodeio à condição de “manifestação cultural nacional”. Na
prática, a proposta não legaliza os eventos, mas foi entendida pelos
senadores como um primeiro passo para reverter a decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF), que tornou a vaquejada ilegal por considerar que
a prática causa sofrimento animal.
Como o
projeto já havia passado pela Câmara, agora o texto segue para a sanção
presidencial. A proposta havia sido aprovada apenas algumas horas antes
na Comissão de Educação e Cultura do Senado, onde os parlamentares
aprovaram um requerimento de urgência para colocar o projeto na pauta do
plenário.
Mesmo com
a véspera do feriado, a comissão contou com a presença de muitos
senadores, de diferentes partidos, que fizeram questão de manifestar seu
apoio à vaquejada e contra a decisão do Supremo. No plenário, o
comportamento foi o mesmo. Favorável ao Projeto, o senador Roberto Muniz
(PP-BA), defendeu que as práticas da vaquejada e do rodeio são
tradições regionais e a população urbana não pode desprezar a cultura da
população rural.
“Não quer
dizer que aqueles que praticam a vaquejada não querem fazer um
aperfeiçoamento dessa atividade. Assim tem sido no dia a dia das
vaquejadas. A gente precisa discutir o que é cuidar do bem-estar animal,
sem negar a possibilidade de uma manifestação cultural”, destacou
Muniz.
A
senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) foi a única a se manifestar contra o
projeto e a favor dos direitos dos animais. Além de defender que a
prática é cruel, a senadora também relembrou a decisão do STF. Além da
proposta aprovada nessa terça-feira, ainda tramitam no Senado outros
três projetos de lei com o mesmo intuito, sendo um deles uma Proposta de
Emenda à Constituição (PEC), que poderia legalizar novamente a
vaquejada.
Fonte: Gil Santos Notícias
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