A professora acusada pela mãe de um aluno de ter agredido o filho
dela dentro de uma creche de Praia Grande, no litoral de São Paulo, se
defendeu da denúncia. A docente, que também foi agredida pela mulher e
prefere não se identificar por medo, afirmou ao G1 que está sofrendo
ameaças e que, em 15 anos como profissional da rede pública, nunca
“encostou ou agrediu uma criança” e que tem um histórico limpo. A
polícia está investigando o caso.
Assustada com a repercussão do caso, a docente falou ainda que
trabalha há cerca de um ano na Escola Municipal Professora Esmeralda dos
Santos Novaes, que fica no bairro Jardim Quietude, onde aconteceu a
confusão, e sempre recebeu elogios de vários pais justamente por tratar
os alunos com carinho.
“Eu estou vivendo um pesadelo. Uma mulher invadiu a minha sala de
aula e começou a me agredir. Agora estou sofrendo várias ameaças. A
minha vida virou de cabeça para baixo. Estou com muito medo e assustada.
Eu ia tirar férias agora em dezembro e antecipei para o dia 23 de
novembro por causa desse problema”, conta.
A mãe do garoto, Amanda Barros, já tinha confirmado ao G1 que agrediu
a professora depois de, segundo ela, ter flagrado a docente dando uma
chinelada no filho dela.
Defesa
A professora deu sua versão do fato e conta que já solicitou à
Secretaria de Educação do município que a troque de creche, devido às
sucessivas ameaças que vem sofrendo. Ela descreve ainda que no momento
que a mãe invadiu sua sala, ela e as outras professoras estavam
arrumando as crianças para a hora da saída e afirma que em nenhum
momento agrediu qualquer criança.
“Eu peguei dois chinelinhos das próprias crianças que estavam no chão
e bati um contra o outro, fazendo barulho, para eles sentarem e se
arrumarem para a hora de ir embora. Em nenhum momento eu usei o chinelo
para bater em alguma criança. O filho dessa mulher estava com a turma da
frente, longe de mim, inclusive”, explica.
Em sua defesa, a docente afirma ainda que outras cinco atendentes que
estavam na mesma sala no momento da confusão viram e são testemunhas
que ela em nenhum momento agiu de maneira errada e que a mãe está
inventando uma história sem motivo. “Eu já fiz exame de corpo de delito,
já que ela me deu murros no ombro. Não paro de sofrer ameaças pela
internet, inclusive da filha dela, que é uma adolescente de 14 anos. É
uma situação horrível”, finaliza.
Retaliação
A dona de casa Amanda Barros confessou, em entrevista ao G1, que
realmente agrediu a professora. De acordo com ela, porém, isso aconteceu
ao ir buscar o filho, de apenas dois anos, mais cedo na creche e ver a
professora agredindo a criança com chineladas.
O caso aconteceu no último dia 22 de novembro. Em nota, a Secretaria
de Educação de Praia Grande (Seduc) afirmou que já tomou conhecimento do
caso e que deu início a um processo para apurar o que realmente
aconteceu.
“A diretora autorizou a minha entrada na escola. Eu precisava pegar o
meu filho mais cedo porque tinha um compromisso em Santos. Logo que
abri a porta da sala de aula, ela deu duas ‘chineladas’ em uma criança.
Na hora eu já me assustei, mas ainda não tinha percebido que era meu
filho. Quando vi que era ele, fiquei louca”, revela Amanda.
A mãe do menino afirma que, após flagrar a agressão ‘partiu para
cima’ da professora e deu vários tapas na cuidadora. “Eu entrei na sala
com o meu outro filho, que tem três anos. Quando eu a vi batendo na
criança, fiquei com muita raiva, fui pra cima dela mesmo. Sai do meu
normal, foi um momento de muito nervoso pra mim. Só de contar a história
começo a tremer”, descreve.
Fonte: Portal de Noticias.net
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