A
Polícia Civil descobriu que um pastor de Cubatão (SP) é o chefe de uma
quadrilha que assaltava igrejas e templos em cidades do litoral e
interior de São Paulo. Ele entrava nas igrejas, pedia uma benção ao
religioso que atuava no local e obtia informações sobre o dízimo e
objetos valiosos. Em seguida, a quadrilha invadia o templo e roubava os
fiéis e o dinheiro da igreja. O pastor e outros integrantes da quadrilha
estão foragidos.
As
investigações começaram em abril, quando a quadrilha assaltou uma
igreja em Cubatão. Após colher informações, a equipe do delegado Antonio
Messias, titular da cidade, descobriu que o grupo era liderado por
Givanildo Borges, pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus na Vila dos
Pescadores, em Cubatão.
“Eles
escolhiam a igreja, chegavam no fim do culto evangélico, com veículos
roubados ou furtados, e esperavam o local esvaziar. O pastor entrava na
igreja com alguns fiéis, que ficavam organizando a igreja após o culto.
Esse pastor entrava, se dirigia ao pastor do local e pedia uma benção,
dizia que estava com problemas, fazia uma oração e aproveitava para
fazer uma verificação do ambiente, ver onde havia objetos de valor”,
explicou Messias.
Segundo
o delegado, após a falsa benção, o pastor se encontrava com os
comparsas nos carros e repassava as informações aos outros criminosos
sobre o dízimo e objetos valiosos. O grupo entrava na igreja e roubava
os fiéis e o dízimo. Depois, voltavam para os veículos e fugiam.
A
quadrilha efetuou roubos em outras cidades do estado. Ao todo, foram
seis crimes em templos evangélicos, sendo um na Igreja Mundial do Poder
de Deus, da qual o pastor Givanildo fazia parte, e outros cinco na
Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), nas cidades de Peruíbe, São
Roque, Cubatão, Guarujá e Mongaguá. O grupo também efetuou um roubo a
uma empresa de produtos eletrônicos em Santos e a uma residência em
Bertioga.
“Em
São Roque, foi em uma Igreja Mundial, a mesma rede onde ele trabalhava.
Quando abordaram os fiéis, um deles era guarda municipal e estava com
uma arma. Quando eles descobriram, pegaram a arma e apontaram para ele,
mas, por sorte, a arma não disparou, falhou. Eles agrediram o guarda,
que ficou três dias internado e está afastado até hoje. Eles agem com
muita violência contra os fiéis e andam armados”, falou. Messias.
Durante
as investigações, os policiais foram até o quarto utilizado por
Givanildo na Igreja Mundial, em Cubatão. Eles não localizaram o pastor
no local, mas encontraram cinco notebooks que foram roubados da empresa
de eletrônicos, em Santos.
A
quadrilha é formada por Felipe Marcolino dos Santos, conhecido como
“Vovô”, Roberth Lincoln Barroso Oliveira, o “Chuchu”, e Guilherme
Augusto da Silva Júnior, o “Didi”, além do pastor. Didi foi preso em
Mongaguá, porém, os outros integrantes da quadrilha continuam soltos. O
delegado Messias já pediu a prisão preventiva do pastor Givanildo e dos
outros criminosos.
Em contato
com a Igreja Mundial do Poder de Deus. Por telefone, o diretor jurídico
da igreja, Rodrigo Braga, informou que, “por enquanto, não tem
informações concretas e reais que possam condenar o rapaz. Há cerca de
um mês, aproximadamente, esse então pastor abandou a igreja. Foi quando
tomamos conhecimento de que ele estava foragido, diante da acusação de
integrar essa quadrilha que furtava as igrejas. Após o sumiço, houve o
desligamento dele como pastor, mas não temos nenhuma informação concreta
do paradeiro”.
Com informações do G1
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