Parece que os ventos não estão soprando a favor do ex-ministro Geddel
Vieira Lima (PMDB-BA), a defesa do político baiano alegou risco de
“estupro” na Penitenciária da Papuda, local em que o ex-ministro está
recolhido desde a semana passada, em Brasília, e pediu que ele volte
para o regime de prisão domiciliar em seu apartamento em Salvador. O
requerimento foi negado pela juíza Leila Cury, da Vara de Execuções
Penais do Distrito Federal, que ressaltou o fato de os advogados do
peemedebista terem usado informações “inverídicas” e “especulativas” na
petição.
De acordo com o Uol, a defesa se baseou em matéria publicada no
portal “A Folha Brasil”, no dia da prisão do ex-ministro, noticiando que
mensagens vazadas por familiares de detentos do Complexo Penitenciário
da Papuda dariam conta de “ameaças de estupro” que teriam sido “enviadas
aos políticos que estão cumprindo pena ou prisão preventiva”.
Conforme a “reportagem” citada pelos advogados de Geddel, facções
criminosas da unidade prisional teriam avisado aos acusados de corrupção
que teriam de prestar serviços sexuais e domésticos aos demais
internos. “Um famoso ex-deputado já está ‘casado’ com um traficante.
Seus familiares estão pedindo intervenção da Justiça para que a
violência e humilhação cessem o mais breve possível”, diz trecho do
texto publicado no site.
A defesa também alegou que a família do peemedebista teria recebido
mensagem ameaçadora por rede social e que peças do procedimento
criminal, além de imagens da audiência de custódia, teriam sido
publicadas pela imprensa, o que seria um fator de exposição e risco. A
petição alega que “qualquer lesão que aconteça a Geddel será de
responsabilidade direta de todos os garantidores que se omitiram”.
“Por
fim, a defesa requer a imediata colocação do custodiado em prisão
domiciliar, alegando ser esta a única forma de garantir a sua
integridade física ou, em caso de entendimento diverso, pede sua
alocação em batalhão de guarda da Polícia Militar”, narra o despacho da
magistrada.
Ainda segundo o Uol, em resposta ao pedido, a juíza afirmou não ter
competência para decidir sobre o pedido, uma vez que se trata de assunto
da alçada da Justiça Federal. Ela argumentou que, a despeito disso, o
pedido é baseado em notícia de caráter especulativo, pois, após a prisão
de Geddel, os familiares dos presos de seu bloco nem os haviam
visitado, ou seja, não poderiam ter tido contato com eles para saber de
eventuais ameaças.
“Soa um tanto estranho que essas mensagens tenham sido dirigidas ao
ora custodiado, quando sequer havia divulgação relativa à unidade
prisional em que seria alocado, em especial porque a matéria
jornalística traz alguma informações inverídicas sobre a realidade das
unidades prisionais do DF, inclusive quanto ao número de refeições
disponibilizadas aos custodiados”, escreveu.
A juíza acrescentou que Geddel não tem nenhuma prerrogativa ou
garantia que lhe assegure custódia em sala de Estado Maior, na Polícia
Militar.
O ex-ministro foi preso na última sexta-feira, 8, após a Polícia
Federal descobrir que escondia R$ 51 milhões em dinheiro vivo num
apartamento em Salvador bem próximo ao local em que já cumpria prisão
domiciliar. Ele está preso numa ala da Papuda que já é destinada a
internos vulneráveis, a exemplo de policiais que correm algum risco de
ataque dos presidiários.
O advogado de Geddel, Gamil Föppel, foi procurado pela reportagem, mas ainda não se pronunciou.
Fonte: portal de noticias.net
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