O Ministério Público de Goiás deflagrou nesta segunda-feira, 19, a
Operação Caifás, contra um esquema de desvio de recursos da Cúria –
administração central – da Diocese da Igreja Católica de Formosa e
paróquias de outras cidades do Estado. Segundo a investigação, os
recursos tinham origem em dízimos, doações, taxas como batismo,
casamento, entre outras, e de arrecadações festivas de dinheiro de
fiéis. Foram presos um bispo e quatro padres, informou a Promotoria.
Ao todo estão sendo cumpridos treze mandados de prisão e dez de busca
e apreensão em três municípios simultaneamente, sendo nove de prisão e
cinco de busca e apreensão em Formosa; três de prisão e quatro de busca e
apreensão em Posse; e um de prisão e um de buscas em Planaltina.
Segundo Ministério Público, “todos os mandados foram expedidos contra
lideranças religiosas ou administrativas ligadas à Igreja Católica”.
A Operação Caifás tem a coordenação dos promotores de Justiça
Fernanda Balbinot e Douglas Chegury e conta com a atuação de mais dez
promotores, com apoio do Centro de Inteligência (CI) do MP-GO, do Grupo
de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Entorno do
Distrito Federal, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI-MP), além
da Polícia Civil e da Polícia Militar.
“A região da diocese engloba 33 igrejas em 20 paróquias. Por ano, são
arrecadados cerca de R$ 17 milhões por meio de dízimos, doações e
faturamento de festas realizadas de fiéis, além de taxas aplicadas para
cerimônias de batismo e casamento”, informou o promotor de Justiça
Douglas Chegury, responsável pela investigação.
“Deste total, cerca de 10% era repassado à Cúria Diocesana, o órgão
máximo da diocese. A investigação descobriu que esse dinheiro era
desviado pelo bispo e outros padres em benefício próprio”, diz o
promotor. “O montante desviado “O montante desviado chega a R$ 1 milhão
por ano”, acrescenta o promotor.
A apuração descobriu, por meio quebra de sigilos telefônicos e
bancários dos investigados, que somente um padre investigado tinha saldo
de R$ 400 mil em sua conta bancária. “Carros da arquidiocese também
eram desviados.
As investigações se iniciaram após o Ministério Público ter recebido
denúncias de fiéis dando conta que os desvios haviam sido iniciados em
2015. O MP apurou as denúncias que culminaram na operação em curso.
Promotores e policiais cumprem mandados em residências, na cúria da
Diocese de Formosa, em paróquias de outras cidades e também em um
mosteiro.
Defesa
A reportagem fez contato com a Diocese de Formosa mas não havia
recebido resposta até a publicação desta matéria. O espaço está aberto
para manifestação.
Fonte: portal de noticias.net
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