Número de mortos em onda de atentados passa de 80 no Iraque
Mais de 400 pessoas ficaram feridas em série de ataques a bomba.
Ninguém assumiu autoria, a al-Qaeda afirmou que reconquistaria território.
Ao menos 88 pessoas morreram neste sábado e domingo (9) no Iraque e
mais de 400 outras ficaram feridas em uma série de atentados, incluindo a
explosão de uma bomba perto de um consulado francês no sul de Bagdá.
Estes ataques elevam para 118 o número de mortos em meio à violência no Iraque desde o início de setembro.
A maioria dos ataques aconteceram antes da condenação à morte do
vice-presidente sunita Tarek al-Hashemi, considerado culpado por tramar a
morte de duas pessoas. Hashemi nega as acusações e denuncia um
julgamento com fins meramente políticos.
Policiais inspecionam destroços de carro usado em atentado em mercado de Basra, neste domingo (9) (Foto: AFP)
Em Nassiriah, ao sul de Bagdá, uma bomba colocada num carro estacionado
perto do consulado da França explodiu. Segundo as autoridades, uma
pessoa morreu e outra ficou ferida. De acordo com uma fonte diplomática
francesa, o cônsul honorário não se encontrava no local.
Na mesma cidade, um atentado com carro-bomba diante de um hotel deixou
dois mortos e outros tantos feridos, informou o diretor do hospital
municipal.
O atentado mais violento aconteceu no início da manhã deste domingo em
um mercado próximo ao mausoléu do imã xiita Ali al Sharki, sul do país,
onde explodiram dois carros-bomba. Quatorze pessoas morreram e 60
ficaram feridas, segundo o médico Ali al-Alaa dos serviços sanitários da
província de Missane.
Atentados em BagdáCinco atentados com carro-bomba
mataram ao menos 32 pessoas, 13 delas apenas no reduto xiita de Sadr
City, e deixaram 102 outras feridas, segundo uma fonte do ministério do
Interior e uma fonte médica.
No sábado à noite, desconhecidos abriram fogo contra soldados num posto
militar perto de Balad, norte de Bagdá. Quando chegaram os reforços ao
lugar, uma bomba colocada à beira da estrada explodiu.
No total, 11 soldados morreram e oito ficaram feridos, segundo fontes militares.
Outra bomba explodiu perto de Kirkuk, norte do país, no estacionamento
da sede da empresa petroleira pública iraquiana North Oil Company, a
companhia encarregada da exploração de hidrocarbonetos na região.
Sete pessoas morreram e 17 ficaram feridas, segundo a polícia.
As vítimas formavam uma fila no estacionamento na esperança de serem
contratadas pela unidade de proteção das instalações da North Oil
Company.
O centro de Kirkuk também foi cenário de dois atentados, com três
mortos e mais de 70 feridos, segundo a polícia. Um correspondente da AFP
viu inúmeros carros destruídos e prédios atingidos pelo impacto das
explosões.
Os atentados na North Oil Company e em Kirkouk feriram 153 pessoas no total, de acordo com autoridades locais.
No norte de Bagdá, outro carro-bomba matou 5 pessoas perto de um
restaurante em Shuala, enquanto que um terceiro explodiu numa área
comercial de Hurriyah, matando 3 pessoas.
A onda de atentados deste domingo ainda não foi reivindicada, mas a Al-Qaeda no Iraque afirmou que queria reconquistar o território perdido.
Também houve ataques mortíferos no oeste de Kirkuk, Tuz Jurmatu, Tal Afar, Samarra, Taji e Baquba.
Em Basra, a grande cidade do sul do país, que não costuma ser atingida
pela violência, três pessoas morreram e 20 ficaram feridas na explosão
de um carro-bomba.
Apesar de o número de ataques ter diminuído consideravelmente em
relação ao período 2006-2007, eles continuam sendo frequentes no Iraque,
imerso há vários meses numa crise agravada pelas tensões religiosas.
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