No período da tarde, durante a visitação
de familiares, os presos que não tinham visita foram colocados juntos
em uma cela onde alguns deles espancaram Alessandro Gomes dos Santos,
19, que foi detido na última sexta-feira (05), acusado de estuprar uma
criança de três anos. Devido às agressões, o jovem teve um dos dentes
quebrado, umas das mãos ferida com cortes e vários hematomas no corpo,
inclusive no rosto.
A
confusão teria ficado ainda pior quando os rebelados decidiram queimar
vivos todos os acusados de crimes sexuais e violência contra mulheres
que estavam isolados em um cubículo separado.
José Rodrigues, retido pela Lei Maria da
Penha, relata que ele e os colegas passaram por momentos terríveis,
quando os presos conhecidos como “Buiu”, Paulinho, José Milton, Alan,
Ricardo e mais dois não identificados jogaram colchões em chamas dentro
da cela.
José Rodrigues e os colegas conseguiram
apagar o fogo e pedi socorro aos agentes policiais que tentaram acalmar
os ânimos, mas não obtiveram êxito e precisaram usar suas armas de fogo
para conter a rebelião. Um preso conhecido como Evandro ficou ferido à
bala de raspão em uma das pernas.
Guarnições do Pelotão de Operações
Especiais (Pelopes) e da Rádio Patrulha do 9º BPM foram acionados para
ajudar a acalmar os ânimos e necessitaram usar bombas de efeito moral e
gás lacrimogêneo para controlar os detentos.
Com a situação sobre controle, os
policiais realizaram revista nas carceragens e encontraram uma barra de
ferro tirada de umas das grades que foi quebrada, quatro colheres usadas
para cavar buracos nas paredes, quatro espetos, dois cintos e um pedaço
de madeira.
Os acusados de liderar a rebelião são
detentos que foram transferidos de Santana do Ipanema e Arapiraca para
aquela casa de detenção temporária. Eles foram interrogados pelo
delegado Rodrigo Rocha Cavalcanti que vai abrir um inquérito para apurar
o caso. Cavalcanti adiantou que por precaução, esses presos vão ficar
em uma cela isolada.
Nossa reportagem apurou que a delegacia
tem sete celas com capacidade para 30 pessoas, mas está com 56.
Verificamos também que os policiais já pediram para que esses detentos
fossem transferidos para o presídio de Maceió, já que os mesmos são
acusados de homicídio, latrocínio e tráfico de drogas; e são de alta
periculosidade.
Os agentes policiais esclareceram que o
uso de arma de fogo pelos agentes foi necessário, pois eles não têm
armas não letais, inclusive já solicitaram à Secretaria de Defesa Social
(SEDS), mas não as receberam. Ainda segundo os agentes, os presos
querem dominar a delegacia e estão os desafiando a entrar no setor das
carceragens.
Fotos:
Fonte: MinutoSertão
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