terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Justiça decreta prisão de suspeito de acender rojão que matou cinegrafista


Cinegrafista da Band foi atingido por um rojão durante manifestação no Rio de Janeiro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu nessa segunda-feira (Foto: Daniel Ramalho/Terra)
A Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido da Polícia Civil e decretou, na noite desta segunda-feira (10), a prisão temporária do homem suspeito de ter acendido o rojão que matou o cinegrafista da Band Santiago Andrade. De acordo com a Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça, o nome do suspeito é Caio Silva de Souza.O delegado Maurício Luciano, da 17ª DP (São Cristóvão), havia informado mais cedo que Fábio Raposo --tatuador que também está preso por suposto envolvimento na morte-- reconheceu a foto do suspeito na penitenciária Bandeira Stampa, onde está preso. Com a identificação, o delegado disse ter convicção de quem teria sido o responsável por acender o artefato e pediu sua prisão.

De acordo com o delegado, o setor de inteligência da Polícia Civil já havia chegado à identidade do homem que acendeu o rojão.

"O nome que o advogado [Jonas Tadeu Nunes, que defende o tatuador] trouxe hoje apenas reforçou nossa suspeita. Faltava o reconhecimento. Agora temos convicção", declarou Maurício. Ele informou ainda que já têm o endereço da pessoa.

Com a confirmação da morte de Santiago, os dois acusados foram indiciados por homicídio doloso qualificado pelo uso de artefato explosivo e crime de explosão, crimes com penas previstas de até 35 anos de reclusão.

"Houve intenção de matar ou ferir. Foi um homicídio intencional. Ele [o que acendeu] queria atingir policiais", relatou o delegado, descartando que o alvo teria sido o cinegrafista. "O que a gente vê pelas imagens é que não foi um atentado à liberdade de imprensa", disse.

O titular da 17ª DP afirmou ainda que exibiu um vídeo para Fábio com imagens do suspeito e que ele também foi reconhecido nas imagens. Questionado sobre a procedência do vídeo, o delegado disse que não informaria a origem da filmagem. Também segundo o delegado, dentro do presídio, Fábio afirmou que conhecia o outro manifestante "de outros protestos" e que ele tinha perfil violento. "Ele contou que este elemento tinha a função de entrar nas brigas, até mesmo pelo porte físico", contou Maurício Luciano.

Conforme informou o delegado, o homem tem uma passagem pela polícia como vítima em uma manifestação, no ano passado, e outra de crime de menor potencial ofensivo, sobre os quais ele não soube dar detalhes.

Morte encefálica
O cinegrafista Andrade, 49, ferido em uma explosão durante uma manifestação no Rio de Janeiro, teve morte encefálica diagnosticada na manhã desta segunda-feira, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Santiago foi atingido na cabeça quando registrava o protesto, na quinta-feira (6). No mesmo dia em que foi ferido, Andrade passou por uma neurocirurgia para estancar o sangramento e estabilizar a pressão intracraniana, mas acabou não resistindo aos ferimentos. A família decidiu doar os órgãos.

Fonte: Estadão Conteúdo

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