Segundo informações policiais, ele reagiu à abordagem da polícia e acabou sendo atingido por disparos de arma de fogo.
O
ex-presidiário José Agusto Aurelino Batista, de 41 anos, foi morto
nesta quarta-feira (15) numa operação da Polícia Civil em Poço Verde,
cidade onde morava. Segundo informações policiais, ele reagiu à
abordagem da polícia e acabou sendo atingido por disparos de arma de
fogo. A mulher dele também foi atingida e foi encaminhada ao Hospital
Regional de Lagarto (HRL). Em entrevista à rádio 103 FM, no programa "A
Hora da Verdade", de George Magalhães, ao repórter Léo Santos, ela acusa
os policiais de não o querer preso, mas, sim, morto.
A operação da Polícia Civil ocorreu na casa de Zé Augusto, onde se
encontrava ele, a esposa e a filha. No momento da abordagem ao acusado
de liderar um grupo de extermínio em Poço Verde, a polícia afirma que
houve reação à ação policial e disparos foram desferidos contra ele. Zé
Agusto não resistiu e morreu. Seu corpo se encontra na Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) de Simão Dias.
Simone, esposa de Zé Augusto, declarou na entrevista à emissora de
rádio que teme por sua vida, já que reconheceu alguns policiais. Ela
sofreu um ferimento no dedo (ouça aqui a entrevista dela ao repórter Léo Santos e ao radialista George Magalhães).
José Augusto foi preso pela primeira vez no mês de abril de 2013. Na
oportunidade, ele já era apontado como o líder de um grupo de extermínio
que vinha atuando no município poçoverdense e que tinha cometido pelo
menos 13 assassinatos. Todas as vítimas, segundo o delegado Everton
Santos, tinham passagem pela polícia.
Por pesar acusações de homicídios contra acusados de roubo e furtos
no município de Poço Verde, parte da população o apoiava e nutria
admiração pela pessoa dele. Na cidade, Zé Augusto mantinha dos moradores
uma relação de respeito por conta de sua suposta maneira de "fazer
justiça".
Diante disso, circulou boatos de que ele se candidataria a um cargo
político nas próximas eleições municipais. Houve quem dissesse que Zé
Augusto poderia entrar na corrida pela cadeira de prefeito de Poço
Verde.
A última prisão de Zé Augusto aconteceu em junho deste ano, quando
policiais civis cumpriram mandado de prisão preventiva expedido pela
Vara Criminal de Poço Verde. À época, o Secretaria de Segurança Pública
(SSP) o acusou de "influenciar diretamente no andamento dos processos
judiciais, atentando contra a vida de testemunhas e vítimas".
Em uma das execuções apontadas pela polícia, Zé Augusto abordou uma
viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e, após
ordenar que as equipes de saúde se retirassem do veículo, dominou um
homem que estava sendo atendido, após ser baleado, e o executou em plena
rodovia.
Ele foi preso também em 2003 por conta de um mandado de prisão
preventiva por sentença condenatória relativa à morte de um aluno do
Curso de Formação de Soldado da PM de Sergipe, registrado no mês de
janeiro de 2003. Por esse crime ele foi condenado há 20 anos de
reclusão.
À polícia, ele negou as acusações e só assumiu um homicídio, que segundo ele, foi praticado há 22 anos na cidade de Poço Verde.
SSP
De
acordo com a SSP, os policiais foram cumprir mandados de busca e
apreensão. "Os nossos policiais foram preparados para prendê-lo, mas
cientes das ameaças que ele tinha feito a policiais baianos há cerca de
um mês em uma emissora de rádio. Os policiais foram cumprir um mandado
de busca e apreensão em sua residência e ele fez ameaças públicas de que
se tivesse em casa ninguém entraria em sua residência", afirmou a
superintendente da Polícia Civil, delegada Katarina Feitoza.
Sobre as denúncias da esposa de Zé Augusto de que a polícia o
executou, Katarina disse que a princípio a operação foi legal sob todos
os aspectos. "Vamos apurar as denúncias, mas entendo que ela está
consternada neste momento. Porém, não posso permitir que um policial
seja morto em cumprimento de seu dever legal. Além disso, temos que nos
solidarizar também com as famílias das pessoas que ele matou", frisou.
A superintendente ressaltou que Zé Augusto tinha um histórico de
violência, ameaça cinismo que ataca desde pessoas simples, policiais e
até mesmo autoridades do Poder Judicário e do MinistÅ•io Público. "Esse
cidadão é suspeito de matar cerca de 20 pessoas entre Sergipe e Bahia e
para manter a impunidade de seus atos ameaçava testemunhas e
representantes do Estado que procuravam incriminá-lo por seus crimes. O
juiz e o promotor de Poço Verde, por exemplo, andavam com segurança,
proteção policial e carros blindados com medo das ameaças do acusado",
explicou.
Portal Lagartense
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