Na manhã desta quarta-feira, 08, equipes
do Departamento de Sistema Prisional (Desipe) realizaram a prisão do
agente penitenciário Rosemberg Conceição de Souza, de 41 anos, acusado
de facilitar a entrada de aproximadamente 50 aparelhos de telefone
celular no Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan), no
município de São Cristóvão.
De acordo com as investigações,
Rosemberg já vinha sendo monitorado pelo serviço de inteligência da
Secretaria de Justiça e Defesa do Consumidor (Sejuc).
A suspeita começou
após a direção da unidade prisional receber informações de que ele
estaria levando materiais ilícitos para o interior do presídio. Ao
chegar ao trabalho com uma mochila grande e pesada, o vice-diretor da
unidade prisional desconfiou do que estaria ali. Ao ser indagado sobre o
que tinha no interior da mochila, Rosemberg confessou que eram
celulares que seriam entregues a um presidiário.
Rosemberg é guarda prisional há 12 anos e
estava há cerca de um ano e meio na unidade do Copemcan. Ele relatou às
autoridades responsáveis que, por conta de seu histórico de dependência
química, ocorreu o aliciamento para que ele atravessasse os objetos
para os detentos.
De acordo com o secretário da Sejuc, Cristiano Barreto, a prisão do
agente é uma ação de fortalecimento dos valores da categoria. “A ação,
que foi deflagrada pelos próprios agentes, mostra que o objetivo da
categoria é separar aquelas pessoas que não servem para a prestação do
serviço público”, reitera o secretário.
Além dos cerca de 50 celulares, foram
apreendidos carregadores, fones de ouvido, chips, isqueiros fora dos
padrões permitidos; comprimidos com venda proibida no Brasil, que seriam
estimulantes sexuais; e a quantia de R$1.900,00 em espécie,
correspondente à primeira parcela do pagamento pelo serviço.
“Ao total, ele receberia o valor de
cinco mil reais pela entrega dos celulares no interior do presídio. Ele
também confessou que essa seria a quinta vez que praticava esse mesmo
crime no Copemcan”, relata a delegada Mayra Moinhos, responsável pelo
caso.
A entrada dos materiais era combinada
com a esposa de um dos detentos. Ela era a responsável pelo pagamento da
propina ao agente. Ele confessa que não tinha conhecimento do
destinatário, apenas entregava a encomenda em um dos pavilhões.
Vale frisar que cada celular tinha uma
identificação no verso, e a polícia está tentando averiguar essa
relação. “A princípio, parecem iniciais das pessoas às quais aqueles
celulares seriam entregues, mas tudo isso será averiguado posteriormente
durante as investigações”, afirma a delegada.
Anteriormente ele havia sido afastado
pela Corregedoria da Sejuc por se apresentar ao trabalho embriagado e
sob a influência de drogas. À época, a Corregedoria o afastou e o
obrigou a se submeter a tratamento psicológico.
O agente detido será indiciado pelos
crimes de corrupção passiva, inserção de aparelho telefônico em ambiente
de custódia e fornecimento de substância medicamentosa que cause risco.
Sua pena é estimada em 15 anos de prisão.
SE Notícias
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