Meteorologistas de vários institutos
divulgaram, na última sexta-feira (25), a previsão para os próximos
meses na Região Nordeste, e concluíram que o período de chuvas pode não
ser tão generoso nas áreas que mais sofrem com a seca. Um pouco de
chuva, nos últimos dias, mudou a paisagem e o ânimo dos sertanejos em
algumas regiões do Nordeste. “Alegria de agricultor é ver o chão
molhado”, diz uma mulher.
Mas foi o oceano que deu aos
meteorologistas a base para previsão de chuva dos próximos três meses no
semiárido. A chuva se concentra, principalmente, em uma faixa de nuvens
chamada Zona de Convergência. Ela tem permanecido sobre uma área do
Oceano Atlântico longe da costa do Nordeste, onde a água está mais
aquecida.
“Ela tende a migrar para posições onde o
oceano está mais quente. O que a gente vem observando nos meses é que
está sendo mantida essa condição de aquecimento. Então, se essa inércia
continuar, isso desfavorece as chuvas aqui para a região”, explica Caio
Coelho, meteorologista do CPTEC/Inpe.
No norte do Nordeste, onde ficam o
Maranhão, Piauí e Ceará, a probabilidade de chover abaixo da média é de
45%. No restante da região há chance de chover um pouco mais.
O período de chuva em parte do Nordeste
dura apenas quatro meses no começo do ano. Por isso, a previsão que foi
divulgada nesta sexta é tão importante. Sem chuva agora, a população
terá que esperar mais um ano e enfrentar todas as dificuldades de uma
seca prolongada.
Diante da previsão pessimista da
meteorologia, a coordenadora da ONG que articula ações para o semiárido
diz que é preciso manter medidas emergenciais, como o abastecimento por
carros-pipa e intensificar programas como a instalação de cisternas.
“A água dessa chuva, ainda que seja
pouca, é possível guardar, e a gente tem experiência de agricultores
pelo semiárido afora que, com a sua cisterna de placa para consumo
humano, a primeira chuva, a segunda chuva já têm entrado nestas
tecnologias e elas têm ficado armazenadas”, aponta Cristina Nascimento,
coordenadora da ONG Articulação do semiárido.
(Fonte: Jornal Nacional)
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